Viajei na maionese:✈ fui pro exterior sem planejamento financeiro! 😱💸
- Anna Luisa Praser
- 27 de set. de 2020
- 4 min de leitura
Outono de 2019 no Brasil. Temperaturas estavam começando a cair, junto com um pouquinho de chuva. E eu fiz o que? Fui esquentar meu bumbum lá em Punta-Cana. aí você deve estar pensando: "noooosssaaaaa! Viagem internacional! Me conta tudo! Você começou a se planejar por onde??" A resposta é simples: por lugar nenhum.
Não parei um dia sequer pra pensar em como seria essa viagem. Em dezembro de 2017, fiquei sabendo de uma promoção de uma agência de viagens. Liguei pra saber da proposta; dava pra parcelar em 10 vezes no cartão (que eu não tinha) ou no BOLETO! Agora eu vi vantagem, pensei na mesma hora.
Sem fazer nenhum tipo de conta, sem nem pensar se minimamente eu conseguiria pagar as parcelas, fiz a minha reserva. Um hotel três estrelas all inclusive, com aéreo incluso por 613 $ufoquinhos mensais. UMA BAGATELA! Enfim, data da viagem chegou, eu estava mais que atolada em dívidas e não tinha como cancelar sem perder tudo que paguei (e eu também não queria cancelar).
Eu não não tinha pesquisado o básico sobre o lugar: moeda corrente, moeda turismo, regras de acesso e circulação no país, NADA. Eu não sabia, por exemplo, que tinha que ter tomado vacina de Febre Amarela. É que era preciso emitir um cartão de vacina internacional com essa informação. POIS É.
Foi um perrengue, mas consegui fazer esses trâmites antes de viajar. Tomei a vacina e emiti o cartão no mesmo dia, mesmo tendo de ter tomado ela com duas semanas de antecedência. Na prática, corri o risco de chegar lá e ser proibida de entrar na República Dominicana por não ter cumprido as regras sanitárias.
Enfim. Quando contei para o meu irmão que estava indo viajar, empolgadíssima, ele me perguntou quanto que eu estava levando de reserva. Se eu tinha feito um seguro de viagem, se tinha cobertura de saúde e bagagem. Eu lembro claramente de ter respondido com duas perguntas? O que? Do que vc tá falando?
E ele me respondeu: não se sai do país sem uma reserva de emergência, de preferência em dólar. Tem que ter um seguro de saúde para casos de acidentes. E se a mala extraviar ou for perdida, alguém tem que se responsabiliza por isso.
Um buraco abriu entre meus pés. Faltava tipo 4 horas pra eu embarcar e eu nem tinha pensando nisso. Meu seguro foi Deus, não dava mais tempo de ir atrás disso. (E que bom que não deu nada errado).
Quanto a grana, o dólar na época estava R$ 3,92 $sufoquinhos. Eu já tinha gastado com roupa, biquíni e chinelo para viajar, nessa brincadeira, cheque especial já tinha ido até o talo (outra tragédia à parte da minha vida). Recorri ao meu irmão e pedi que ele comprasse 200 dólares pra mim e e só sei que foi assim.
No fim das contas, não saí do hotel. Todos os passeios eram caríssimos e 200 dólares não dava nem para começar. hahahahahaha. Não pesquisei a hospedagem antes de comprar. Resultado: uma viagem direto aos anos 70; carpete nos quartos, teto baixo, louça colorida nos banheiros e aroma de mofo. Maaassss a comida e a bebida compensaram.
COM VOCÊS O QUADRO: ACONTECEU COMIGO
Sabe aquele ditado que NADA NA VIDA É DE GRAÇA?? Eleve a máxima potência quando estiver na gringa. No primeiro dia de praia, tirei essa foto aqui com essas ARARAS.

Pois bem, fiz várias poses com as aves, que eram de um rapaz que ficava andando pela praia. Quando terminei o book, ele me disse: são US$ 20 sufoquinhos americanos. Primeiro eu travei.
Numa conversão rápida para moeda brasileira, eram quase R$ 60 $ufoquinhos para tirar foto com uns pássaros nativos brasileiros. Depois, eu olhei pra ele e disse: What?? (num inglês encebado). E ele respondeu mais enfático: 20 dollars, lady.
Ri de nervoso. Falei pra ele que não tinha dinheiro, que achei que era uma cortesia oferecida pelo hotel (JURO POR DEUS QUE PENSEI ISSO). Falei que ele podia apagar a foto mas que eu não tinha aquele dinheiro (não tinha mesmo, até pq o hotel era all inclusive e eu não andava com meus 200 $ufoquinhos americanos dando sopa por aí, né?)
resultado: fiz um escândalo, disse que não ia pagar porque ele não tinha sido claro comigo sobre a cobrança. Ele me xingou de alguma coisa (acho que foi caloteira no idioma dele; nem fiz esforço pra entender) e depois de muita conversa em portunhol e péssimo inglês, chegamos ao combinado de US$10 $ufoquinhos americanos a serem pagos no dia seguinte.
Levei o dinheiro, mas o rapaz nunca apareceu para receber. Aprendi a lição e descobri que essa uma é forma deles de ganhar dinheiro, tipo aqueles ambulantes que vendem caracarecos e comidas nas praias daqui.
Por lá, as praias são particulares, por isso, é terminantemente proibido incomodar os turistas. Então, esse pessoal anda pelo litoral com micos, araras e até iguanas. Quem se interessar, tira fotos e paga o cachê. (eu particularmente não cheguei nem perto de nenhum bicho na praia mais).
A PERGUNTA QUE NÃO QUER FALAR: MAS ANNA, COMO VC FEZ PARA APROVEITAR A VIAGEM?
Aproveitei a programação que o hotel oferecia. Dancei mambo na piscina, Salsa com instrutores no bar. Tomei drinks à vontade e visitei os restaurantes temáticos. Cada dia o cardápio era de um país. E foi lá que comi o pior arroz com feijão da minha vida. A noite brasileira não me lembrou muito os sabores de casa.
Mas os boletos que tive de pagar depois que voltei, me deixam sabores amargos na boca até hoje. Pior coisa da vida é viajar antes de quitar viagem. Você curte o bônus e chora lágrimas de sangue pra pagar o ônus depois. Então quer uma dica quente de viagem? Vai aqui na página da minha amiga no insta, o @viajagorda e aprenda como planejar do zero uma viagem, sem ficar devendo a alma depois e com reserva suficiente de $ufoquinhos para fazer passeios e aproveitar a melhor que o seu destino pode te oferecer.

E aí? Já passou perrengue no exterior? conta aqui nos comentários se já quis ir pra um lugar mas viajou demais no orçamento!
Comments