Festa do deslumbramento: como torrei tudo o que eu NÃO tinha num puta de um casamento 👰🏻🤵🏻
- Anna Luisa Praser
- 4 de out. de 2020
- 5 min de leitura
Festa sempre foi o meu calcanhar de Aquiles. E sempre foi dando as melhores festas que entrei nos maiores sufocos de grana. Começa agora uma série de duas postagens sobre os eventos que já produzi sem ter um centavo pra bancar 💸. hahahaha Bora entrar no clima? Dá play nessa trilha e segue o baile 💃🏻💃🏻
Sobre as regras básicas para se dar uma festa:✅ orçamento? ❌ Nunca tive. ✅Planejamento? ❌Nunca fiz. O mais perto que eu cheguei disso foi definir uma data, o local e fazer uma lista de convidados (e que eu sempre acabava aumentando depois).
Minha primeira grande festa foi o meu casamento. Fiz tudo o que eu tinha direito (e o que eu não tinha condições também). Bar temático, mega decoração, cerimônia ao ar livre (com direito a chuva e muito atraso para começar). Eeeeera pra ser no horário do pôr do sol. Mas com o temporal que caiu🌧, todo mundo teve que correr para o salão de festas.
Aí, desmonta altar, carrega equipamento de som, realoca a banda. Maaaaaaaaaaaassss, quando eu soube que a cerimônia não ia ser como eu pensei, desabei😭. Chorei tanto que lá foi a cerimonialista colocar o povo pra fora, remontar altar, realocar banda, carregar instrumentos musicais.
Os garçons viraram assistentes: todo mundo secando bancos, chão e o que desse para finalmente o casamento começar. E foi assim que atrasamos umas três horas pra dar início ao primeiro grande evento idealizado por mim, que de tão caro, levou os dois carros que meu marido (na época noivo) tinha, mais umas economias dele embaixo do colchão, além de um ano salário quase integral meu para cobrir muitos cheques voando por aí e ainda a renda extra da minha mãe, que precisou vender pizza brotinho para me ajudar a pagar a despesa.
Aí você deve estar pensando: nossa, Anna! Que sufoco! Depois dessa você criou juízo e parou com isso, né? Então.. A resposta é não! Mas antes disso, uma pausa para uma palhinha do meu grande dia:
COM VOCÊS O QUADRO: ACONTECEU COMIGO
Eu estava há meses procurando um vestido de noiva. Eu tinha mais ou menos ideia do que eu queria, mas ainda não tinha encontrado nada que me encantasse, que eu dissesse “ESSE É O MEU VESTIDO IDEAL”. (ENTENDEDORES ENTENDERÃO). HAHAHAHA
Até queeeeee um dia, faltando pouco mais de três meses para o casamento, navegando por um grupo de noivas do Facebook achei o vestido muito parecido com o eu procurava. Manga ¾, renda, saia de tule, lindíssimo! E por um preço super acessível: R$500 sufoquinhos.
Não perdi tempo, entrei em contato com a moça que estava vendendo e marquei de ir até a casa dela. No dia combinado, parei no caixa eletrônico e saquei a grana para pagar à vista caso eu gostasse. (foca nessa detalhe).
Cheguei para ver o vestido e fiquei sabendo da história dele: de uma marca espanhola, foi trazido de lá pela mãe da noiva que era comissária de bordo. Na época ele havia custado à primeira dona 3 mil euros.
Achei tudo muito lindo, muito interessante e parti para provar o vestido. Serviu como uma luva, não precisaria de um ajuste sequer. Eu me senti a Cinderela que com um toque da vara de condão, saí dos trapos e me tornei a princesa do baile. Fiquei completamente encantada. Naquele momento me senti dentro de um programa da Discovery Home&Health, como se a qualquer momento as câmeras fossem sair de algum lugar e um gringo gerente da Kleinfeld fosse me perguntar: “Anna, é esse o vestido que você vai casar”? hahahaha
Fiquei tomada de emoção, com os olhos rasos d’água, sem nem tirar o vestido, dei um suspiro apaixonado e disse com a voz embargada: “Como é a forma de pagamento desse vestido”? A verdade era que eu queria que ela me dissesse como queria receber, pra eu tirar uma onda e falar: “não, querida, vou pagar à vista”.
Mas, eis que ela me diz: posso dividir em três vezes no cheque pra você, afinal são cinco mil, né? Aperta bem o orçamento, principalmente quando a gente tá mexendo com casamento”. Virei abóbora nessa hora.
A verdade é que eu só ouvi com clareza até o momento que ela disse 5 mil reais. O resto, ficou como se eu estivesse debaixo d'água. Ainda usando o vestido, sentei para não cair porque faltou perna para me segurar em pé. Acho que fiquei pálida, porque ela me ofereceu uma água bem nesse momento.
Eu tinha amado o vestido, mas sabia que não podia pagar por ele. Aqui, senhores e senhoras, é a verdadeira sinuca de bico. É o famoso “Deus me livre, mas quem me dera”.
Fiquei tentando entender em que momento da vida aquele vestido que era 500 passou a ser cinco mil.

Quem me conhece sabe, nunca fui boa com números e essa era só mais uma saia justa por causa deles.. hahahahah Só sei que juntei o resto de dignidade que me restou, pedi ajuda para abrir os 500 botões nas costas e me despedi com a resposta que todo mundo dá quando não sabe o que dizer: "vou pensar". Logo eu, a que chegou com 500 reais na bolsa jurando que ia pagar à vista. Hahahahaha
O prédio tinha elevador, mas eu desci de escada. Lá fora, longe da vista da moça, abri novamente o anúncio do Face para tirar a prova e lá estava o preço: de fato 5 mil - eu que havia comido um zero e um ponto, porque né? Quem nasceu pra ser a rainha da lerdeza, nunca perde a majestade! 🤣🤣🤣🤣🤣
Liguei para minha mãe, que já foi logo enfática: "SEM CONDIÇÕES. NÃO SE ILUDA. JÁ GASTOU DEMAIS E NÃO TEM DE ONDE TIRAR". (Fada sensata, vulgo MÃE).
Aí você quer saber: “Anna, você se conformou e escolheu outra coisa dentro da sua realidade?” Eu poderia dizer que sim, mas aí não seria (a antiga) eu, né?
Olha eu aqui, casando com o vestido dos sonhos, mores… hahahaha

Nada descreve melhor esse momento da minha vida do que essa foto: beijinho no ombro para minhas finanças!

A pessoa paga cinco mil no vestido pra rolar com ele no chão. Claramente não dá valor no seu dinheiro! hahahaha

A tranquilidade no olhar de quem conseguiu o que queira! 😂😂😂😂
Como isso aconteceu? Primeiro eu olhei outros vestidos, mas nada era bom o suficiente. Depois, caí no choro. Chorei tanto por causa desse vestido que o meu marido acabou comprando pra mim. De que maneira? (Podia estar matando, roubando, podia estar pedindo, maaaasss) Ele acabou vendendo um carro que ele era muito apegado (e que ele sofre até hoje quando fala dessa história).
Todo esse trampo e eu usei o vestido só na cerimônia. Como ele era muito quente e pesado, acabei comprando outro para usar na recepção. Acho que se contar o tempo que fiquei com ele, não dá nem duas horas. (me julguem).
Depois do casamento vendi o vestido (PELA METADE DO PREÇO QUE PAGUEI) e ainda tomei o calote numa parte. É isso, Brasil.🙄🙄🙄
Aí você está se perguntando: AGORA SIM, ANNA! VOCÊ GASTOU OS TUBOS E SE CONVENCEU QUE FESTA É UMA DESPESA TOTALMENTE DESNECESSÁRIA, NÉ?
Na verdade, não.
Hahahaha No dia do meu primeiro aniversário de casamento estava nascendo meu primeiro filho, o Samuel. Então, quando ele completou um ano e estava bem e com saúde (o que era uma coisa extraordinária, visto que sempre matei peixes, plantas e outros seres vivos sob minha responsabilidade em menos de uma semana), resolvi que tinha que comemorar!!! E aí, meus companheiros de perrengue, entrei numa nova fase: O MARAVILHOSO MUNDO DAS FESTAS INFANTIS.🎈✨🎉🎊
Mas esse, amiguinhos, é assunto para o próximo post da série: FESTAS DE ARROMBA (NA VERDADE QUE ARROMBAM -- MEU ORÇAMENTO).
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